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quarta-feira, 6 de julho de 2011

PostHeaderIcon Stephen King escreve Artigo Sobre Harry Potter and the Deathly Hallows Part 1


“O Ministério da Magia de J. K. Rowling”

por Stephen King – traduzido por Danilo Carvalho (http://danilocarvalho.com)
“E então o furduço acabou, a batalha foi perdida e vencida – isto é, a Batalha de Hogwarts – e todos os segredos estão fora do Chapéu Seletor. Aqueles que apostaram que o Harry Potter morreria perderam seu dinheiro; o menino que sobreviveu acabou sendo exatamente isso. E se você acha que isto é um spoiler a esta altura, você nunca foi um fã do Potter pra começo de conversa. O ultraje causado pelas resenhas apressadas (Mary Carole McCauley do The Baltimore Sun, Michiko Kakutani do The New York Times) já passou… embora o gosto amargo tenha ficado para muitos fãs.

Stephen King, autor de "Carrie, A Estranha" e fã de Harry Potter.
O gosto ficou para mim também, embora não tenha nada a ver com o conceito bobo de ‘spoilers’, ou com a [falta de] ética de se ignorar da data de publicação de um livro. O voto omertà da prepublicação foi sempre, afinal de contas, uma coisa inventada pelas editoras Bloomsbury e Scholastic, e não – até onde eu saiba – uma parte da Carta Magna Britânica ou da Constituição Americana. Tampouco o ardente protesto de J. K. Rowling (‘Estou espantada que alguns jornais americanos decidiram publicar… resenhas em completo desrespeito para com os desejos de literalmente milhões de leitores, principalmente crianças…’) me comove. Estes livros cessaram de ser especificamente para crianças na metade da série; a partir de Cálice de Fogo, Rowling estava escrevendo para todos, e ela sabia disso.
O sinal mais claro de quão adulto os livros vinham se tornando até a conclusão chegou – e esplendidamente – em Relíquias da Morte, quando a Sra. Weasley vê a odiosa Bellatrix Lestrange tentando derrotar Gina com a Maldição da Morte. ‘A MINHA FILHA NÃO, SUA VACA’, grita ela. É o ‘sua vaca’ mais chocante em histórias de ficção recentes; já que virtualmente não existe palavrões [...] nos livros Potter, este chega com força quase fatal. Está totalmente correto no seu contexto – perfeito, na verdade – mas é também uma resposta quintessencialmente adulta para o perigo de uma criança.

J. K. Rowling, escritora talentosa (segundo Sr. King)
O problema com as resenhas adiantadas – e aquelas que seguiram nos primeiros dias pós-publicação – é um que tem perseguido a magnum opus ['obra-prima', em latim] da Rowling desde o livro 4 (Cálice de Fogo), depois que a série se tornou um fenômeno mundial. Devido ao secretismo estilo Kremilin envolvendo os livros, todas as resenhas desde mais ou menos 2000 tem sido estritamente feitas nas coxas. Os resenhadores em si geralmente eram ótimos – Srta. Kakutani não é pouca **** – mas a própria popularidade dos livros tem frequentemente atrapalhado até as melhores intenções dos melhores escritores críticos. Nas suas pressas de cuspirem colunas e, logo, manterem-se como membros dignos da Igreja do O Quê Está Acontecendo Agora, muito poucos resenhadores de H.Potter disseram algo que vale a pena lembrar. A maior parte dessa massa crítica vê Harry – sem falar de seus amigos e suas aventuras – de apenas dois ângulos: sociológico (‘Harry Potter: Benefício ou Doença Infantil?’) ou econômico (‘Harry Potter e a Câmara dos Preços com Desconto’). Eles descrevem sem cuidados coisas como enredo e linguagem, e nada mais…. e sério, como poderiam fazer mais? Quando eles têm apenas quatro dias para ler um livro de 750 páginas e depois escrever uma resenha de 1.100 palavras sobre ele, quanto tempo você realmente tem para curtir o livro? Para pensar sobre o livro? Jo Rowling criou uma refeição sumptuosa de sete pratos, cuidadosamente preparada, maravilhosamente cozida e adoravelmente servida. As crianças e adultos que se apaixonaram pela série (eu entre eles) apreciaram cada garfada, desde a entrada (‘A Pedra Filosofal’) até a sobremesa (o maravilhoso epílogo de ‘Relíquias da Morte’). A maioria dos resenhadores, por outro lado, engoliram tudo, e depois vomitaram tudo de volta semi-digerido nas páginas dos cadernos de literatura de seus respectivos jornais.
E por causa disso, muito poucos escritores mainstream, de Salon até The New York Times, realmente pararam para considerar o trabalho que a Srta. Rowling criou, de onde ele veio, ou que ele pode significar para o futuro. Os blogs, em geral, não têm sido muito melhores. Eles parecem se importar com quem sobrevive, quem morre e quem dedura. Além disso, é tudo basicamente duh. [...]“
Continua...

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